Perdemos Nossa Capacidade de Pastorear?

Meu trabalho liderando um ministério paraeclesiástico internacional felizmente inclui conhecer e passar tempo com líderes da igreja.

Há algum tempo, eu estava almoçando com um jovem pastor brilhante e estava usando o tempo para conhecê-lo melhor. Enquanto ele descrevia seu trabalho como pastor e plantador de igrejas, ele disse: “O que eu realmente não gosto muito é de pastorear”.

Um pastor que não gosta de pastorear?

Não foi a primeira vez que um ministro me disse algo semelhante.

Um problema com um pastor que não gosta de pastorear é que, quando ele precisa “pastorear”, ele o fará de maneira desanimada ou de má vontade porque preferiria estar fazendo outra coisa. E a qualidade do seu pastoreio pode ser deficiente, o que significa que aqueles que ele pastoreia frequentemente não receberão a liderança espiritual de que precisam.

Quando pastores não estão realmente interessados no trabalho espiritual que é o coração de seu chamado de Deus, as consequências dessa falta de interesse podem impactar negativamente as pessoas nas congregações que eles lideram.

Por exemplo, ao aconselhar um líder da igreja que havia caído em pecado, parte do trabalho com ele foi fazer com que seu ministro sênior e a junta de anciãos assumissem a responsabilidade de liderá-lo através de um processo de restauração, algo que somos instruídos a fazer nas Escrituras.

"Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado" Gálatas 6.1

Eles responderam muito lentamente ao pedido, finalmente concordaram em servir a esse irmão que havia confessado seu pecado e agora precisava se arrepender e trabalhar para restaurar seu caminhar com o Senhor.

Embora tenham concordado em acompanhar esse irmão através de um processo de restauração, a maior parte do que se seguiu foi o homem caído tendo que solicitar e implorar aos líderes da igreja para realmente lhe fornecer liderança! Eles raramente o contatavam, davam pouca ou nenhuma orientação, não ajudavam a estabelecer expectativas e não haviam desenvolvido nenhum processo de responsabilidade. Era como se esses líderes da igreja não tivessem a menor ideia de como ajudar um irmão caído a ser restaurado em seu caminhar com Cristo.

Por quê?

O companheiro líder da igreja não era a única pessoa naquela igreja que lutaria com o pecado. Como eles estavam ministrando a outros na congregação que precisavam de ajuda para serem restaurados? Provavelmente não estavam, ou pelo menos faziam muito pouco desse trabalho.

Parece que os líderes dessa igreja estavam tão imersos em “construção de organização” (não evangelismo, mas construção de organização) que perderam o contato com o pastoreio real do rebanho de Deus. Quando alguém buscava assertivamente sua ajuda para se desviar do pecado, eles realmente não sabiam como lidar com isso.

Deixe-me sugerir aqui que, quando líderes da igreja não sabem como ajudar um pecador a lutar contra o pecado, esses líderes perderam o contato com seu papel básico na igreja e com o chamado de Deus.

Recentemente, manchetes anunciaram a história sobre uma pastora que é uma ateísta assumida e lutou com sua denominação pelo “direito” de permanecer pastora da igreja que ela pastoreia, mesmo sendo uma ateísta declarada (ela venceu essa luta). Muitos perguntaram em voz alta qual é o propósito de uma ateísta ser pastora? Como ela pode pastorear corretamente o rebanho de Deus sob seus cuidados?

Talvez precisemos perguntar: como um pastor que não gosta de pastorear pode ser um pastor eficaz? Além disso, como líderes da igreja que não sabem como liderar seu rebanho na luta contra o pecado e em relacionamentos espiritualmente saudáveis com o Senhor podem exercer corretamente seu chamado para pastorear o rebanho de Deus? Parece que alguns líderes da igreja, ao longo de sua jornada ministerial, perderam sua capacidade de pastorear adequadamente os discípulos de Jesus. Em qualquer igreja onde isso seja uma realidade, é preciso ser corrigido.

"Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória." 1 Pedro 5.2-4

James Scott Jr. Dr.

é ministro, terapeuta clínico cristão, autor, ex-plantador de igrejas, e atualmente serve como Fundador e Presidente da Scott Free Clinic.